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Fiscal agropecuário é indiciado por assédio sexual e perseguição a estagiária no TO
Tocantins

Fiscal agropecuário é indiciado por assédio sexual e perseguição a estagiária no TO

Investigação encontrou calcinhas e lubrificante na mesa do servidor público, que usava cargo para constranger vítima com comentários sexuais.

Redação
Redação

16 de dezembro de 2025 ·

Um fiscal agropecuário de 44 anos foi indiciado pela Polícia Civil do Tocantins pelos crimes de assédio sexual, importunação sexual e perseguição (stalking) contra uma estagiária de 27 anos. O caso ocorreu em outubro de 2024 na unidade da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) em Araguaína, na região norte do estado.

O indiciamento ocorreu após investigação que reuniu provas e ouviu testemunhas. O servidor público usava sua posição no trabalho para constranger a estagiária com comentários repetitivos de teor sexual e ofensivo. A pena somada pelos três crimes pode chegar a 10 anos de prisão.

Comentários constrangedores e toque sem autorização

De acordo com o inquérito policial, o homem afirmava que "mulher tem que ser submissa" e contava que "trazia mulheres para o sofá do órgão", onde supostamente mantinha relações sexuais. Em outro episódio, ele teria tocado o cabelo da estagiária sem autorização e feito um comentário de duplo sentido, dizendo que “não sabia qual cabelo tinha pegado, se era o de cima ou o de baixo”.

A situação causou constrangimento e desconforto à vítima, que após buscar ajuda e relatar os fatos aos superiores, passou a ser intimidada pelo servidor. Ele adotou uma postura agressiva no ambiente de trabalho e a situação se agravou quando a vítima percebeu que estava sendo seguida por ele após o expediente, o que a fez mudar seu trajeto até o trabalho.

Provas materiais reforçam indícios do crime

A investigação da Polícia Civil encontrou calcinhas e lubrificante sobre a mesa de trabalho do suspeito, elementos que reforçaram os indícios do crime de assédio sexual. O nome do indiciado não foi divulgado pelas autoridades e o g1 não conseguiu contato com a defesa dele.

O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público do Tocantins, que vai analisar e aplicar as medidas cabíveis na esfera penal. A Corregedoria-Geral do Estado também foi comunicada para apuração administrativa, podendo resultar em sanções disciplinares, inclusive demissão.

Resposta da Adapec e próximos passos

Em nota, a Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) informou que, assim que teve ciência dos fatos, adotou imediatamente as providências administrativas cabíveis, prestando acolhimento e orientação à vítima e encaminhando o caso à Corregedoria-Geral do Estado.

"A Adapec aguarda a conclusão do procedimento correicional para a adoção das medidas disciplinares cabíveis, conforme a legislação vigente", afirmou a agência. A instituição também reafirmou que "não compactua com qualquer forma de assédio, violência ou desrespeito" e incentivou que mulheres denunciem qualquer ato dessa natureza.

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