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Justiça derruba suspensão de processo de impeachment contra prefeito de Colinas
Política

Justiça derruba suspensão de processo de impeachment contra prefeito de Colinas

Juiz substituto entende que não houve cerceamento de defesa e que prazo para conclusão do processo pode ser comprometido.

Redação
Redação

6 de dezembro de 2025 ·

O juiz substituto Gil de Araújo Corrêa derrubou a suspensão do processo de impeachment do prefeito de Colinas do Tocantins, Josemar Carlos Casarin (União). A decisão, publicada na quinta-feira (4), atendeu a um recurso da Câmara Municipal e considerou que a defesa do gestor teve acesso aos autos, não havendo falta de transparência que justificasse a paralisação.

O processo administrativo havia sido suspenso em 27 de novembro de 2025 pelo juiz José Roberto Ferreira, da 1ª Vara Cível de Colinas. A defesa alegava cerceamento por suposta falta de atualização em um portal eletrônico e notificação com prazo inferior a 24 horas antes de uma audiência.

Decisão fundamentada e prazos apertados

Na nova decisão, o magistrado Gil de Araújo Corrêa argumentou que "uma intermitência em sua atualização [do portal] não implica, por si só, cerceamento de defesa, especialmente quando se verifica que o Agravado e seus procuradores tiveram acesso aos autos, tanto que apresentaram a respectiva defesa prévia no dia 12/11/2025". Sobre o prazo de notificação, a certidão nos autos comprovou que a convocação foi feita às 9h45 do dia 18 de novembro para uma audiência às 14h do dia 19, superando as 24 horas exigidas.

O juiz também destacou a urgência do caso, pois o prazo legal para a conclusão de todo o processo de impeachment se encerra em 25 de janeiro de 2026. Com a suspensão anterior e o recesso parlamentar de fim de ano, há risco de que as etapas processuais restantes não sejam cumpridas a tempo.

As denúncias que motivaram o impeachment

A Câmara Municipal de Colinas abriu o processo após receber duas denúncias por infrações político-administrativas em 17 de outubro de 2025. A sessão que autorizou a abertura do processo ocorreu em 27 de outubro.

A primeira acusação envolve o suposto recebimento indevido de R$ 144.666,66 pelo prefeito em dezembro de 2024. Os valores foram descritos na folha de pagamento como 13º salário com retroativos de 2021, 2022 e 2023, além de férias vencidas. O pagamento de 13º e férias para prefeito, vice e vereadores do município só foi instituído por emenda à Lei Orgânica em dezembro de 2023. Em sua defesa, Casarin afirmou que o valor líquido recebido foi de R$ 116.907,49 e que as informações estão no portal da transparência, "demonstrando a ausência de intenções ocultas ou desonestas".

A segunda denúncia cita a locação de um imóvel para sediar o Conselho Tutelar, que nunca foi utilizado. O contrato, feito em maio de 2025, teve pagamentos de aluguel entre julho e outubro, quando foi rescindido. No entanto, a denúncia aponta que o imóvel efetivamente usado pelo Conselho desde abril de 2025 estava sem contrato e sem pagamento, "expondo o município a riscos jurídicos e financeiros".

Próximos passos e tentativa de contato

Com a derrubada da suspensão, o processo de impeachment retoma sua tramitação na Câmara Municipal de Colinas. O g1 tenta contato com o prefeito Josemar Carlos Casarin e seus advogados para obter um posicionamento sobre a nova decisão judicial.

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