Comissão avaliará atos de governador interino durante afastamento de Wanderlei Barbosa no TO

O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), anunciou a criação de uma comissão para avaliar todos os atos administrativos realizados pelo vice-governador, Laurez Moreira (PSD), durante os três meses em que esteve afastado do cargo. A medida foi determinada após Barbosa retornar ao Palácio do Governo, autorizado por uma liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira (5).

Wanderlei Barbosa ficou afastado por 93 dias, desde 3 de setembro de 2025, devido às investigações da Operação Fames-19 da Polícia Federal, que apura desvios em contratos de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Com o afastamento, Laurez Moreira assumiu como governador em exercício e, no mesmo dia, exonerou todo o primeiro escalão do governo, composto por aliados de Barbosa.

O que será analisado

A comissão, integrada por cinco órgãos estaduais, terá a tarefa de analisar minuciosamente as ações implementadas no período. Entre os itens sob avaliação estão o decreto de emergência na saúde, o anúncio de R$ 417 milhões em recursos para os municípios e programas como "Tocantins Presente" e "Jovem Trabalhador".

Conforme divulgado pelo governo do estado, também serão revisados o plano de saúde dos servidores públicos, a Rede Integrada de Proteção à Mulher e o recolhimento de caminhonetes. A análise abrange ainda contratos que foram iniciados e encerrados durante a gestão interina.

Contexto político e retorno ao cargo

O retorno de Wanderlei Barbosa ocorreu após o ministro Nunes Marques, do STF, conceder uma liminar revogando o afastamento de 180 dias determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Na época do afastamento, Laurez Moreira justificou a exoneração do primeiro escalão alegando seguir uma recomendação do ministro Mauro Campbell, do STJ.

O período de afastamento foi marcado por tensão política, com ambos, Barbosa e Moreira, utilizando o título de "Governador do Tocantins" em suas redes sociais. Wanderlei Barbosa chegou a acusar o vice de perseguição política.

O g1 tenta contato com o vice-governador Laurez Moreira para obter um posicionamento sobre a criação da comissão de avaliação.