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Gestão de Leomar Quintanilha na FTF é alvo de denúncias e investigação do MPTO
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Gestão de Leomar Quintanilha na FTF é alvo de denúncias e investigação do MPTO

Palmas360
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19 de março de 2025 ·

Desde a fundação da Federação Tocantinense de Futebol (FTF) em 1990, apenas um nome comandou a entidade: Leomar Quintanilha. Ao longo de 34 anos à frente da instituição, o dirigente foi reeleito sucessivamente sem oposição relevante, mantendo-se no cargo sem alternância de poder. O que poderia ser visto como um sinal de estabilidade institucional tornou-se, na visão de críticos, um grande entrave ao crescimento do futebol no estado do Tocantins.

Atualmente, o Ministério Público do Estado do Tocantins (MP-TO) recebeu duas denúncias (Protocolos 07010777313220546 e 07010780250202513) que apontam possíveis irregularidades na gestão da entidade. Entre as acusações, estão o uso indevido de recursos públicos, falta de transparência e uma estrutura de comando que impede a renovação da federação.

A longevidade no cargo

Leomar Quintanilha assumiu a presidência da FTF no ano de sua criação e, desde então, foi reconduzido ao posto em todas as eleições realizadas. Até 2026, ele terá completado nove mandatos consecutivos, algo extremamente incomum no futebol brasileiro. Durante esse período, a federação nunca passou por uma mudança significativa de gestão, o que impede a modernização da administração esportiva no Tocantins.

Esse tempo prolongado na liderança levanta questionamentos sobre o modelo de gestão da entidade e os mecanismos eleitorais internos, que dificultam qualquer renovação administrativa. Além disso, há suspeitas de que a estrutura eleitoral da FTF seja projetada para manter o atual presidente no cargo, com pouca ou nenhuma participação efetiva dos clubes e ligas esportivas.

A ausência de renovação na presidência da FTF reflete diretamente no fraco desempenho do futebol tocantinense. O ideal seria a criação de um estatuto que limitasse a reeleição do presidente, garantindo um processo mais democrático. Além disso, a supervisão do Ministério Público pode ser essencial para garantir que as eleições da FTF ocorram de forma justa e transparente.

Um salário incompatível com a realidade do futebol tocantinense

Além da falta de renovação, outro ponto que chama atenção na gestão de Leomar Quintanilha é o salário que recebe na FTF. Informações de bastidores apontam que sua remuneração mensal gira em torno de R$ 50 mil, um valor muito acima da realidade do futebol tocantinense e até superior ao salário de algumas autoridades do estado, como o governador e prefeitos de grandes cidades.

Esse valor elevado é ainda mais controverso quando comparado à arrecadação da federação, que depende em grande parte de repasses do Governo do Estado do Tocantins e de recursos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em 2024, a FTF foi uma das beneficiadas pelos mais de R$ 10 milhões destinados pelo governo estadual para o fomento do esporte. No entanto, o futebol tocantinense segue sem infraestrutura adequada, sem clubes competitivos e sem revelação de talentos em nível nacional.

O pagamento de um salário elevado ao presidente da FTF precisa ser melhor justificado e, se necessário, ajustado para valores compatíveis com a realidade do futebol tocantinense. Uma alternativa seria a exigência de transparência financeira na entidade, com a divulgação de relatórios financeiros anuais auditados por órgãos independentes.

Falta de transparência e questionamentos jurídicos

A ausência de transparência na gestão da FTF também tem sido alvo de questionamentos. Informações sobre a destinação dos recursos públicos e a prestação de contas da entidade não são amplamente divulgadas, o que gera dúvidas sobre como os valores são administrados.

O Ministério Público do Estado do Tocantins já recebeu duas denúncias formais sobre essas irregularidades. As investigações buscam esclarecer se houve desvio de verbas, favorecimento pessoal ou uso indevido do dinheiro público.

Juridicamente, a questão pode ser analisada sob a ótica da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992) e da Lei Pelé (Lei nº 9.615/1998), que estabelece diretrizes para a transparência e a democratização da gestão esportiva. O uso de recursos públicos impõe a necessidade de fiscalização rigorosa e prestação de contas, o que, na prática, não ocorre de maneira satisfatória na FTF.

A falta de transparência na FTF compromete a credibilidade da entidade e a gestão dos recursos públicos. Como solução, seria essencial que o Ministério Público exigisse auditorias independentes, bem como a criação de um portal de transparência que permita à população acompanhar de perto a administração da federação.

O futuro da FTF e o futebol tocantinense

Com Leomar Quintanilha no comando por mais de três décadas e sem sinais de mudanças na estrutura de gestão, o futebol tocantinense segue sem projeção nacional. Para que o cenário mude, especialistas apontam que é necessário maior transparência na administração da federação, alternância de poder e investimentos estratégicos que realmente fortaleçam os clubes locais.

O Ministério Público pode ser um ator fundamental para investigar a aplicação dos recursos públicos e garantir que a FTF funcione dentro dos princípios de moralidade, transparência e eficiência administrativa. Atualmente, as duas denúncias protocoladas junto ao MP-TO são um primeiro passo para essa fiscalização, podendo resultar em ações concretas que promovam mudanças no comando da federação.

O futuro do futebol tocantinense depende de mudanças estruturais na FTF. A sociedade civil, os clubes e os órgãos de fiscalização precisam cobrar mais transparência e responsabilidade na gestão esportiva do estado. O acompanhamento das denúncias pelo Ministério Público será fundamental para garantir que o futebol local tenha uma administração ética e comprometida com o desenvolvimento do esporte.

Por fim, vale ressaltar que este meio de comunicação constatou que essas denúncias foram precedidas de uma série de vídeos, artigos e discussões entre políticos sobre o tema. No entanto, o povo tocantinense nunca teve uma solução para os problemas ocorridos dentro da Federação Tocantinense de Futebol (FTF).

Acredita-se que, após as acusações apresentadas ao Ministério Público do Tocantins, as autoridades tenham decidido iniciar uma investigação para averiguar se realmente ocorreram irregularidades dentro dessa organização, que deveria focar em promover o desenvolvimento esportivo na região. Caso seja comprovada a existência dessas irregularidades, espera-se que os responsáveis sejam punidos conforme a lei.

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