Entrar
Justiça interdita presídio no TO após constatar superlotação de 125 detentos
Tocantins

Justiça interdita presídio no TO após constatar superlotação de 125 detentos

Decisão judicial determina medidas para garantir segurança e dignidade em unidade que abriga mais que o dobro da capacidade

Redação
Redação

11 de dezembro de 2025 ·

A Justiça determinou a interdição parcial da Casa de Prisão Provisória de Araguaína, no Tocantins, após constatar que a unidade abriga 125 detentos a mais do que sua capacidade. A decisão, proferida pelo juiz Jorge Amancio de Oliveiras, da 1ª Vara da Fazenda e Registros Públicos de Araguaína, ocorreu na última quarta-feira (11).

O presídio, projetado para 115 pessoas, atualmente recebe 240 detentos. A situação foi apontada pelo Ministério Público (MP), que em investigações chegou a registrar 279 internos, com uma média de 38 pessoas por cela. O MP também denunciou falta de higiene, estrutura física precária e déficit de policiais penais no local.

Risco iminente e determinações judiciais

Na decisão, o magistrado afirmou que os elementos indicam risco iminente de danos irreparáveis, como surtos de violência, colapso nas condições de higiene, proliferação de doenças e comprometimento da saúde de internos e servidores. "Cabe ao Estado assegurar a integridade física e moral de todos aqueles que se encontram sob sua guarda", escreveu o juiz.

Para resolver a crise, o estado foi obrigado a cumprir uma série de medidas, incluindo a transferência de presos para outras unidades penais, a cessão de servidores para a unidade e a apresentação de um plano de ação. O descumprimento das ordens pode resultar em multa de R$ 2 mil por dia, com teto total de R$ 300 mil.

Posicionamento do Estado e próximos passos

A Secretaria da Cidadania e Justiça (Seciju) informou, por meio de nota, que recebeu a notificação judicial e já iniciou os trâmites internos para atender às determinações dentro do prazo estabelecido. A pasta não detalhou, no entanto, quantos servidores foram cedidos para outros órgãos, um dos pontos levantados pelo MP.

O g1 solicitou um posicionamento específico sobre o déficit de policiais penais na unidade e aguarda retorno. A situação reflete um problema crônico no sistema prisional brasileiro, onde a superlotação é frequentemente associada a violações de direitos humanos e surtos de violência.

Deixe seu Comentário
0 Comentários
🍪

Cookies

Nosso site usa cookies para melhorar a experiência do usuário. Ao usar nossos serviços, vocês concorda com a nossa Política de Cookies.