PF investiga chácara de Wanderlei Barbosa em área disputada entre TO e GO
Imóvel registrado em nome de proprietário formal teria fotos e objetos pessoais do governador afastado
A Polícia Federal cumpre mandados da Operação Nêmeses para investigar possível embaraço às investigações da operação Fames-19 sobre desvio de recursos públicos na pandemia. A ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e realizada nesta quarta-feira (12) em Palmas e Santa Tereza do Tocantins.
A decisão judicial aponta que o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) teria uma chácara no distrito de Campo Alegre, em Paranã, sudeste do Tocantins. A região tornou-se alvo de disputa territorial entre os governos de Goiás e Tocantins.
Propriedade em nome de laranja
De acordo com as investigações, o imóvel está registrado no nome de Mauro Henrique da Silva Xavier, mas o "proprietário formal" seria Wanderlei Barbosa. Durante buscas na chácara, a PF encontrou a casa decorada com diversas fotos e objetos pessoais do governador afastado e da primeira-dama Karynne Sotero.
A assessoria do governador afastado e da primeira-dama não se manifestou sobre as investigações até a última atualização desta reportagem. A defesa de Mauro Henrique também não foi localizada para comentários.
Disputa territorial na região
O povoado Campo Alegre, onde está localizada a chácara, fica nas proximidades da área em disputa entre Tocantins e Goiás. A Procuradoria Geral do Estado de Goiás (PGE-GO) moveu ação civil no Supremo Tribunal Federal (STF) alegando que uma área de 12,9 mil hectares (129 km²) pertenceria a Goiás.
A disputa se intensificou após o governo do Tocantins instalar um portal na região com as frases "Bem-vindo ao Tocantins" e "O turismo começa aqui". A PGE-GO pede a retirada do portal e outras medidas judiciais.
Operação Fames-19
A Operação Nêmeses investiga indícios de que investigados teriam usado veículos oficiais para retirar e transportar documentos e materiais de interesse da investigação principal. As investigações da Fames-19 afastaram Wanderlei Barbosa por 180 dias em setembro, além da primeira-dama Karynne Sotero Campos, que era secretária extraordinária de Participações Sociais.
Ambos negam participação nos fatos investigados sobre desvio de recursos públicos com a compra de cestas básicas durante a pandemia. A assessoria do governador informou que durante as buscas foram levados celulares e que, por enquanto, não vai se manifestar.
As investigações continuam em curso e tramitam sob sigilo na Corte Especial do STJ. A PF cumpriu 24 mandados de busca e apreensão durante a operação desta quarta-feira.
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