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Primeira-dama do Tocantins permanece afastada apesar de retorno de governador
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Primeira-dama do Tocantins permanece afastada apesar de retorno de governador

Liminar do STF que liberou Wanderlei Barbosa não menciona o retorno de Karynne Sotero ao cargo.

Redação
Redação

9 de dezembro de 2025 ·

Karynne Sotero, primeira-dama do Tocantins, deve continuar afastada da Secretaria Extraordinária de Participações Sociais, mesmo após o retorno de Wanderlei Barbosa (Republicanos) ao cargo de governador do estado. A decisão se baseia na liminar do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), que deferiu um habeas corpus ao governador na sexta-feira (5), mas não fez menção à recondução de Karynne ao posto.

O afastamento do casal foi determinado durante a segunda fase da Operação Fames-19, da Polícia Federal, que investiga desvios de recursos públicos destinados à compra de cestas básicas na pandemia de Covid-19. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia estabelecido o afastamento por 180 dias, medida aplicada em 3 de setembro de 2025, com prazo de vigência até janeiro de 2026.

Decisão judicial específica

A assessoria da primeira-dama informou ao g1 que não tem um posicionamento sobre o caso, uma vez que "ela não foi objeto da medida". Conforme apurado pela TV Anhanguera, para que Karynne retorne ao cargo, advogados terão que pedir que a decisão que liberou Wanderlei também se estenda a ela. O habeas corpus concedido ao governador ainda será referendado pela Segunda Turma do STF nesta semana.

Em manifestações anteriores, Karynne negou as acusações e afirmou estar colaborando para o esclarecimento dos fatos. A primeira-dama já foi alvo de buscas e apreensões da Polícia Federal três vezes em pouco mais de um ano e também é investigada por obstrução de justiça.

Esquema de desvios na pandemia

Wanderlei Barbosa e Karynne Sotero são investigados por crimes de frustração do caráter competitivo de licitação, peculato, corrupção passiva, lavagem de capitais e formação de organização criminosa. As investigações apontam que, em 2020 e 2021, quando Wanderlei era responsável pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), um esquema de desvios foi mantido por meio de contratações ilícitas.

Segundo a PF, Karynne teria intermediado as contratações, atuado na organização documental e tomado ciência da distribuição de vantagens indevidas. A polícia também identificou que um instituto suspeito de forjar a entrega das cestas básicas teria ligação com a primeira-dama, que foi presidente da entidade entre 17 de janeiro de 2013 e 16 de outubro de 2019.

Novas operações e obstrução

Em novembro de 2025, Karynne foi novamente alvo de busca e apreensão em uma operação que apura a possível prática de embaraço à investigação da Fames-19. A PF identificou indícios de que investigados teriam usado veículos oficiais para retirar e transportar documentos de interesse da investigação.

Horas antes da deflagração da Fames-19, o governador e a primeira-dama receberam informações sobre os mandados e deixaram a residência às pressas. No local, foi encontrado um cofre aberto e vazio, comida sobre a mesa, uma televisão ligada e um celular que, segundo a polícia, havia sido resetado.

Próximos passos e medidas cautelares

Sem nenhuma mudança judicial específica, Karynne Sotero permanecerá afastada das funções até 2026. O STJ também determinou medidas cautelares que devem continuar sendo cumpridas pela primeira-dama, incluindo a proibição de se comunicar com outros investigados e a suspensão do exercício de função pública.

Wanderlei Barbosa, por sua vez, deve enfrentar novos julgamentos de ações nesta semana. O caso continua sob investigação da Polícia Federal e acompanhamento do Ministério Público Federal.

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