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Tocantins tem dívida de R$ 580 milhões na saúde, revela governador em exercício
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Tocantins tem dívida de R$ 580 milhões na saúde, revela governador em exercício

Valor foi divulgado em coletiva com secretários; estado pode ter débito total superior a R$ 1 bilhão

Palmas360
Palmas360
4 de novembro de 2025 ·

A Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins acumula R$ 580 milhões em dívidas com fornecedores, conforme revelado pelo governador em exercício Laurez Moreira (PSD) em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3). O gestor afirmou que o governo pretende publicar decreto de emergência para regulamentar pagamentos do setor.

Além dessa dívida identificada, o estado pode ter um débito total que ultrapassa R$ 1 bilhão, de acordo com apuração iniciada há dois meses. Laurez assumiu o Executivo após afastamento de Wanderlei Barbosa (Republicanos) por determinação do STJ.

Custos elevados e medidas de contenção

Laurez Moreira destacou que cada leito hospitalar custa R$ 26 mil ao estado, enquanto em Araguaína o valor é de R$ 11 mil. "Infelizmente, o Estado se encontra hoje em uma situação muito ruim. Tem muita coisa errada na aplicação de recurso", afirmou o governador em exercício.

Para evitar colapso, o governo anunciou estratégias que incluem auditorias e renegociações contratuais. O plano de saúde Servir, que atende servidores estaduais, já teve redução de R$ 10 milhões em gastos mensais após revisão.

Busca por recursos federais

O governador e sua equipe seguiram para Brasília nesta segunda-feira para buscar apoio do Governo Federal. "Hoje estou indo à Brasília, vamos buscar socorro do Governo Federal, e a ideia é passar o gabinete do governador para a saúde", declarou Laurez.

O secretário de Saúde Vânio Rodrigues de Souza reafirmou a gravidade da situação financeira, mas garantiu que "não haverá descontinuidade dos serviços de saúde" para a população.

Contestação da gestão anterior

A assessoria de Wanderlei Barbosa contestou as alegações, informando que a Secretaria da Saúde tem orçamento anual de R$ 3,2 bilhões e que "é normal que fiquem restos a pagar de um ano para o outro". A nota destacou que durante sua gestão "a área da saúde funcionava dentro da normalidade, com pagamentos em dia".

O Republicanos, partido de Wanderlei, afirmou que recorrerá aos órgãos de controle e entrará com ação civil pública caso o decreto de emergência seja editado.

Auditorias e renegociações

Os 50 contratos de maior valor com prestadores de serviços passarão por auditoria antes do pagamento. O secretário de Planejamento Ronaldo Dimas explicou que há "um descontrole total dos recursos" e que não há sistemas adequados para análise de dados na rede de saúde.

Dimas afirmou que a pasta atualmente tem orçamento de R$ 70 milhões e que os custos dos serviços aumentaram nos últimos cinco anos, criando um ciclo de endividamento.

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