Megaoperação intercepta 1,2 tonelada de cocaína no Aeroporto de Confins

Uma megaoperação da Polícia Federal (PF) e da Receita Federal apreendeu 1,2 tonelada de cocaína no Aeroporto Internacional de Confins, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta sexta-feira (5). A droga, avaliada em cerca de R$ 600 milhões no mercado internacional, estava camuflada em uma carga de papel destinada ao Porto de Roterdã, na Holanda.

A ação, batizada de "Operação Papelão", contou com apoio de agentes do Grupo de Repressão a Entorpecentes (GRE) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A apreensão é considerada uma das maiores do ano no modal aéreo no país e frustrou um esquema internacional de tráfico.

Modus operandi sofisticado

Os entorpecentes estavam acondicionados em 120 pacotes retangulares, cada um pesando aproximadamente 10 kg. As placas de cocaína foram cuidadosamente embaladas e inseridas no meio de fardos de papel A4, em uma tentativa de burlar a inspeção de raio-X e cães farejadores.

"Foi um trabalho minucioso de inteligência e análise de risco que nos levou a essa carga específica. O método de ocultação era sofisticado, mas a expertise dos nossos agentes foi fundamental", afirmou o delegado da PF responsável pela operação, em coletiva à imprensa.

Investigações em andamento

As investigações agora buscam identificar os integrantes da organização criminosa responsável pelo carregamento. A PF trabalha com a hipótese de que o grupo tem ramificações em Minas Gerais, em outros estados brasileiros e no exterior.

Os agentes analisam documentos da empresa exportadora, registros de carga e imagens de câmeras de segurança do aeroporto para rastrear os envolvidos. A expectativa é que mandados de busca e apreensão e prisões preventivas sejam cumpridos nas próximas horas.

Box explicativo: Aeroporto de Confins
O Aeroporto Internacional de Belo Horizonte/Confins é um dos principais hubs de carga aérea do Brasil, especialmente para exportações. Sua localização estratégica no Sudeste e a grande movimentação de cargas o tornam alvo constante de tentativas de uso por organizações criminosas para o tráfico internacional de drogas.

Contexto de apreensões recordes

Esta apreensão se soma a uma série de recordes no combate ao narcotráfico no Brasil em 2025. Dados da PF indicam que, apenas no primeiro semestre, foram apreendidas mais de 50 toneladas de cocaína em operações nacionais, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2024.

Especialistas em segurança apontam que a rota aérea continua sendo uma das preferidas pelos traficantes para a exportação de grandes volumes de drogas para a Europa, devido à velocidade e ao alto valor agregado da mercadoria no destino final.

A carga apreendida foi encaminhada para o depósito da PF e será destruída após o fim dos procedimentos periciais. A Receita Federal instaurou processo administrativo para apurar possíveis responsabilidades da empresa exportadora e aplicar as penalidades cabíveis.