Desembargador preso é primeira vítima identificada de celular apreendido com Bacellar

O desembargador federal Macário Júdice Neto foi preso nesta terça-feira (16) na Operação Faroeste, da Polícia Federal (PF). Ele se tornou a primeira vítima identificada a partir das investigações relacionadas ao celular apreendido com o ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Ricardo Bacellar. Júdice Neto estava afastado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) há quase 18 anos.

A prisão ocorre no mesmo dia em que a PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado estadual Antonio Doido. Durante a ação, policiais encontraram e apreenderam celulares que teriam sido jogados pela janela do prédio da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Operação mira suspeita de organização criminosa

A Operação Faroeste investiga uma suposta organização criminosa que atuaria no âmbito do TRF-2. As investigações tiveram início a partir da análise do conteúdo do celular de Bacellar, apreendido em outubro de 2024. As conversas no aparelho indicariam supostos esquemas de venda de sentenças e tráfico de influência envolvendo desembargadores.

Em nota, a PF informou que os mandados foram cumpridos no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além da prisão do desembargador, foram realizadas buscas em endereços ligados aos investigados. A força-tarefa é composta por mais de 50 policiais.

Contexto do desembargador e outros fatos do dia

Macário Júdice Neto foi afastado do TRF-2 em 2007, após ser alvo de um processo administrativo disciplinar. Seu afastamento é um dos mais longos da história da Justiça Federal. A defesa do desembargador ainda não se manifestou oficialmente sobre a prisão.

Em outros fatos do estado, o acesso ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão) foi liberado após bandidos usarem um ônibus como barricada na via, causando transtornos no início da manhã. Já uma frente fria deve trazer temporais com risco de alagamentos para São Paulo e Rio de Janeiro nos próximos dias.

Repercussão e próximos passos

O caso deve ser encaminhado à Justiça Federal, e o desembargador preso ficará à disposição da autoridade judiciária. A PF deve continuar as análises dos dados apreendidos, incluindo os celulares jogados na Alerj, para identificar outros possíveis envolvidos no esquema.

A operação é um desdobramento das investigações que já levaram à prisão de Ricardo Bacellar e evidenciam a utilização de interceptações e colaborações premiadas para desarticular grupos suspeitos de atuar dentro do sistema judiciário e político fluminense.