Justiça condena 24 réus por tráfico de drogas e homicídios; penas somadas passam de 530 anos de prisão

Integrantes da facção se envolveram em onda de crimes que aconteceram em Augustinópolis, no Bico do Papagaio, em 2022. Uma operação da Polícia Civil identificou e prendeu os envolvidos. Fórum de Augustinópolis Divulgação/TJTO Os 24 integrantes de uma organização criminosa, que atuava na região do Bico do Papagaio, foram condenados em julgamento realizado pela 2ª Vara de Augustinópolis. As condenações vão de 18 a 26 anos e somadas, as penas passam de 530 anos. De acordo com a denúncia, o grupo foi desarticulado pela Polícia Civil durante ações da Operação Absterge. Com origem do Maranhão, a organização conhecida como 'Tropa do Magrão' se instalou na cidade em 2022 e chegou a ter mais de 30 membros. Os nomes dos réus não foram divulgados, por isso o g1 não teve acesso à defesa dos envolvidos no caso. Na época, a cidade começou a registrar um aumento no número de crimes, entre eles, a venda de drogas, assassinatos com sinais de tortura, pichações, aparecimento de corpos queimados, e até toques de recolher determinados por membros da facção. Conforme apurado no processo, a universidade estadual chegou a suspender aulas por causa disso. Em uma das operações da polícia, no dia 15 de agosto de 2022, cerca de 20 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com o grupo. Um dos alvos foi morto ao trocar tiros com a polícia. Ao deflagrar nova ação, no dia 12 de setembro do mesmo ano, a polícia conseguiu localizar e prender outras nove pessoas em Augustinópolis. Entre as denúncias estão execuções que, inclusive, eram postadas nas redes sociais. Operação da Polícia Civil cumpriu mandados em Augustinópolis SSP/Divulgação LEIA TAMBÉM: Operação prende suspeitos de executarem membros de facções rivais; uma pessoa morreu em confronto com policiais Polícia Civil prende membros de grupo criminoso suspeito de matar rivais e postar nas redes sociais Líderes e escalões Após investigações, ficou confirmado no julgamento que um dos réus era o líder da 'Tropa do Magrão'. Ele controlava as ações criminosas do antigo presídio de Pedrinhas, no Maranhão. A sentença aponta que ele incluía e excluía novos membros, distribuía tarefas e ordens. Também autorizou a morte de pelo menos três pessoas que não teriam obedecido seus comandos. O líder foi condenado a 26 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Como já está na em uma unidade prisional, teve a prisão preventiva mantida. A esposa do líder do grupo, que como gerente do dinheiro obtido com o tráfico, também foi condenada. Quando foi presa, a mulher tinha um caderno com o controle da facção. Pelo envolvimento, a pena é de 25 anos de prisão, em regime fechado. Junto com o casal, conforme a sentença da Justiça, outros quatro réus forneciam a própria conta bancária para as transações financeiras. Outro membro tinha a função de tratar da droga - embalar para a venda e repassar aos que faziam a distribuição. Também havia um integrante que era responsável pela coleta do dinheiro e outro que fazia a segurança e dava apoio à organização. Quem fazia parte do primeiro escalão foi condenado a 26 anos, cinco meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, além de 1.847 dias-multa. Também havia um segundo escalão, com pessoas que ficavam à frente das ações nas ruas. Eles intermediavam as decisões com o primeiro escalão e o líder, além de comprar armas e fazer cobranças de drogas nos bairros da cidade. Pelo menos 20 pessoas estavam com essas funções. Os integrantes desse grupo foram sentenciados a penas que vão de 18 a 26 anos de prisão. Sentença No processo foram apresentadas provas como o levantamento de conversas em um dos grupos de WhatsApp que pertencia à organização, além de mensagens trocadas entre os membros. Depoimentos também ajudaram a embasar a sentença dada pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva. Com as 24 condenações, as penas passam de 530 anos, 30,2 mil dias-multas e cerca de R$ 1,2 milhão em multas, divididas entre os réus. Conforme o Tribunal de Justiça, pelo menos 12 dos condenados são considerados reincidentes, ou seja, já estiveram presos e possuem condenações pelo mesmo crime, levando ao aumento da pena. Quatro denunciados não foram encontrados para responder à ação penal e de acordo com o TJ, os processos serão julgados separadamente. Todos os réus estão presos em unidades prisionais do Tocantins desde a deflagração da operação, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública. Eles não tiveram o direito de recorrer da sentença em liberdade. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.

Maio 13, 2024 - 16:33
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Justiça condena 24 réus por tráfico de drogas e homicídios; penas somadas passam de 530 anos de prisão

Integrantes da facção se envolveram em onda de crimes que aconteceram em Augustinópolis, no Bico do Papagaio, em 2022. Uma operação da Polícia Civil identificou e prendeu os envolvidos. Fórum de Augustinópolis Divulgação/TJTO Os 24 integrantes de uma organização criminosa, que atuava na região do Bico do Papagaio, foram condenados em julgamento realizado pela 2ª Vara de Augustinópolis. As condenações vão de 18 a 26 anos e somadas, as penas passam de 530 anos. De acordo com a denúncia, o grupo foi desarticulado pela Polícia Civil durante ações da Operação Absterge. Com origem do Maranhão, a organização conhecida como 'Tropa do Magrão' se instalou na cidade em 2022 e chegou a ter mais de 30 membros. Os nomes dos réus não foram divulgados, por isso o g1 não teve acesso à defesa dos envolvidos no caso. Na época, a cidade começou a registrar um aumento no número de crimes, entre eles, a venda de drogas, assassinatos com sinais de tortura, pichações, aparecimento de corpos queimados, e até toques de recolher determinados por membros da facção. Conforme apurado no processo, a universidade estadual chegou a suspender aulas por causa disso. Em uma das operações da polícia, no dia 15 de agosto de 2022, cerca de 20 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com o grupo. Um dos alvos foi morto ao trocar tiros com a polícia. Ao deflagrar nova ação, no dia 12 de setembro do mesmo ano, a polícia conseguiu localizar e prender outras nove pessoas em Augustinópolis. Entre as denúncias estão execuções que, inclusive, eram postadas nas redes sociais. Operação da Polícia Civil cumpriu mandados em Augustinópolis SSP/Divulgação LEIA TAMBÉM: Operação prende suspeitos de executarem membros de facções rivais; uma pessoa morreu em confronto com policiais Polícia Civil prende membros de grupo criminoso suspeito de matar rivais e postar nas redes sociais Líderes e escalões Após investigações, ficou confirmado no julgamento que um dos réus era o líder da 'Tropa do Magrão'. Ele controlava as ações criminosas do antigo presídio de Pedrinhas, no Maranhão. A sentença aponta que ele incluía e excluía novos membros, distribuía tarefas e ordens. Também autorizou a morte de pelo menos três pessoas que não teriam obedecido seus comandos. O líder foi condenado a 26 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Como já está na em uma unidade prisional, teve a prisão preventiva mantida. A esposa do líder do grupo, que como gerente do dinheiro obtido com o tráfico, também foi condenada. Quando foi presa, a mulher tinha um caderno com o controle da facção. Pelo envolvimento, a pena é de 25 anos de prisão, em regime fechado. Junto com o casal, conforme a sentença da Justiça, outros quatro réus forneciam a própria conta bancária para as transações financeiras. Outro membro tinha a função de tratar da droga - embalar para a venda e repassar aos que faziam a distribuição. Também havia um integrante que era responsável pela coleta do dinheiro e outro que fazia a segurança e dava apoio à organização. Quem fazia parte do primeiro escalão foi condenado a 26 anos, cinco meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado, além de 1.847 dias-multa. Também havia um segundo escalão, com pessoas que ficavam à frente das ações nas ruas. Eles intermediavam as decisões com o primeiro escalão e o líder, além de comprar armas e fazer cobranças de drogas nos bairros da cidade. Pelo menos 20 pessoas estavam com essas funções. Os integrantes desse grupo foram sentenciados a penas que vão de 18 a 26 anos de prisão. Sentença No processo foram apresentadas provas como o levantamento de conversas em um dos grupos de WhatsApp que pertencia à organização, além de mensagens trocadas entre os membros. Depoimentos também ajudaram a embasar a sentença dada pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva. Com as 24 condenações, as penas passam de 530 anos, 30,2 mil dias-multas e cerca de R$ 1,2 milhão em multas, divididas entre os réus. Conforme o Tribunal de Justiça, pelo menos 12 dos condenados são considerados reincidentes, ou seja, já estiveram presos e possuem condenações pelo mesmo crime, levando ao aumento da pena. Quatro denunciados não foram encontrados para responder à ação penal e de acordo com o TJ, os processos serão julgados separadamente. Todos os réus estão presos em unidades prisionais do Tocantins desde a deflagração da operação, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública. Eles não tiveram o direito de recorrer da sentença em liberdade. Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.