Metade da população de Canoas terá que recomeçar do zero, diz prefeito

Jair Jorge sugere a criação de "auxílios mobília e reforma" para pessoas afetadas no Rio Grande do Sul

Maio 13, 2024 - 15:59
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Metade da população de Canoas terá que recomeçar do zero, diz prefeito
Armazém da processadora de soja Bianchini, em Canoas, Rio Grande do SulReprodução/X

O prefeito de Canoas (RS), Jairo Jorge (PSD), afirmou nesta segunda-feira (13) que metade da população da cidade "perdeu tudo" e terá que "recomeçar a vida do zero". "Cerca de 155 mil pessoas tiveram perda total ou uma perda muito expressiva e terão de recomeçar quase do zero", disse em entrevista ao "Terra". D acordo com o Censo de 2022, o município tem 347.657 habitantes. 

Segundo o prefeito, mais de 65% de Canoas tem ordem de evacuação. Os bairros com alertas vigentes, de acordo com Jairo Jorge, são Rio Branco, Fátima, Mato Grande, Harmonia, Mathias Velho, São Luis e Niterói. "Muita gente não acreditou que a água viria com esta força. Hoje, temos dois terços da cidade com ordem de evacuação. Dois terços da cidade estão concentrados em todo o lado leste de Canoas", relata o prefeito. 

Até o momento, Canoas contabiliza 19 mortes em decorrência dos temporais, além de 17 pessoas desaparecidas. Com as novas chuvas que atingem a região, a Prefeitura segue alertando a população para deixar suas casas em zona de risco - o prefeito anunciou que os níveis dos rios da região podem subir para 5,5 metros.

Reconstrução

Em meio ao caos que assola Canoas, o prefeito celebrou as medidas emergenciais dos governos federal e estadual, mas alertou que os auxílios "não podem por aí". Jair pede a liberação de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além de outras iniciativas. 

"Acho que será preciso criar um auxílio mobília, um auxílio reforma. Porque as pessoas perderam fogão, geladeira. Como as pessoas vão financiar tudo isso? Tem gente que tinha casa de madeira aqui e não é fácil começar do zero", afirma

Saúde comprometida

Segundo Jair Jorge, a área mais afetada pelas enchentes foi a da saúde. Em Canoas, três das quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 19 das 27 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foram destruídas.

Por conta disso, um segundo hospital de campanha foi montado na cidade. Os serviços disponíveis nas unidades serão: leitos de estabilização, sala cirúrgica para procedimentos simples, oito leitos de observação e medicação, raio-x e laboratórios de análises clínicas.

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