Carros em chamas: especialista alerta sobre prevenção de incêndios
A falta de manutenção correta aliada ao período de calor intenso do Tocantins propiciam uma maior probabilidade de que carros peguem fogo. Pode até parecer que isso acontece 'do nada', mas segundo um especialista em mecânica automotiva, esses e outros fatores levam a ocorrências que colocam vidas em risco. O mais recente caso foi registrado em trecho da BR-010, em Palmas. A caminhonete do aposentado José Valnei Oswald começou a pegar fogo quando ele passava pela via na noite de 26 de junho. O idoso saiu do assentamento Prata, na zona rural da capital, e seguia em direção a Tocantínia. "Estava indo normal e de repente começou nos fusíveis, começou a pegar fogo na frente do carro. Eu tinha muita coisa ali em cima, ia levando para a chácara", contou afirmando que percebeu que havia algo errado quando os faróis da caminhonete começaram a apagar sozinhos. No momento que viu a fumaça ainda tentou conter, mas acabou sofrendo queimaduras na mão esquerda. Sozinho, ele conseguiu tirar alguns pertences e a mala com objetos pessoais, antes de perder o veículo para as chamas. Atuando como mecânico de automóveis na capital há mais de 10 anos, Renato Luiz Pereira explicou que falhas no funcionamento normal do veículo, seja na parte elétrica ou mecânica, são sinais de que algo pode causar problemas maiores. Isso ainda pode ser agravado pelas altas temperaturas, características do Tocantins. Mas existem outros fatores que podem levar a incêndios de veículos, principalmente envolvendo peças ligadas ao tanque de combustível, como mangueiras, e fios da parte elétrica. "Por exemplo, se uma mangueira dessa está vazando e aí entra em contato com algum fio que está descascado, nem precisa entrar em contato com parte elétrica. O próprio aquecimento do motor causa chamas. A combustão do combustível vira vapor, então com o próprio vapor gera essa explosão e ocorre as chamas", disse. Renato ressaltou que a manutenção preventiva pode evitar acidentes dessa natureza, principalmente para veículos mais antigos. Isso porque no caso das mangueiras de combustíveis, não é especificado um prazo de validade para troca. "Carros com mais de 10 ou 15 anos tendem a estar com a mangueira ressecando, causa o vazamento de combustível e provavelmente pegar em partes quentes do combustível, como escapamento ou coletor. Então causa um aquecimento excessivo e a combustão ocorre. A mangueira não vem com uma data de validade específica. Ela vem especificando qualidade, dimensão e espessura. Por isso o proprietário precisa ficar verificando para ver se não está ocorrendo algum vazamento ou ressecamento", alertou, afirmando também a importância de se fazer manutenção na parte elétrica do veículo. Outro ponto de alerta destacado pelo mecânico é a questão do superaquecimento. Geralmente os carros possuem sinais ou luzes que indicam ao motorista que o carro pode estar superaquecendo. Por isso o motorista precisa estar atento e também procurar um profissional caso identifique algo anormal. LEIA TAMBÉM: O aposentado que perdeu o carro na BR-010 contou que percebeu problemas nos fusíveis da caminhonete. Renato comentou que essas peças servem justamente para evitar panes nos veículos, funcionando como se fosse o quadro de distribuição de energia de uma casa. Se há algo errado com alguma peça, o fusível protege o sistema elétrico. "No carro a gente tem uma caixa de fusível. Esse fusível é que faz o contato e prevenção de pane elétrica. Vamos supor que às vezes tem um um fio descascado ali ele todos os fios passam por essa caixa. É uma caixa que faz a prevenção justamente pra esse tipo de caso. Mas com a falta de prevenção, a pessoa vai lá isola o fusível e liga direto numa bateria, liga direto ali no farol. Isso ocorre muito carros, principalmente carros mais antigos", comentou. No caso de uma pane elétrica, Renato explicou que o veículo desliga imediatamente. Se ocorrer algum problema na parte da ignição, ele vai apagar já que a fiação fica concentrada na caixa com os fusíveis. "Se houver um curto no farol ou em qualquer outra parte, ele vai apagar porque entra no modo de proteção. Mas se pegar dois fios [desencapados] e juntar, se não tiver um fusível, vai entrar em curto e ocasionar o que ocorreu com a caminhonete". Outros indícios que podem ser sinal de um possível princípio de incêndio são cheiros diferentes do que são sentidos como de costume, como o de queimado, alertou o mecânico. Um equipamento que pode fazer a diferença na hora de um incêndio veicular é a presença do extintor de incêndio. Por isso, Renato ressaltou de forma categórica que orienta os clientes a manterem um extintor dentro dos carros. "Hoje não é exigido o uso do extintor, mas todos os mecânicos e eletricistas recomendam o uso. A gente coloca o extintor porque pode salvar vidas. Claro que se for uma pane grande fica mais complicado, mas se for um pequeno incêndio, o extintor é muito importante nessa hora", recomendou. O jornalista Henrique Lopes, de 29 anos passou pelo susto
A falta de manutenção correta aliada ao período de calor intenso do Tocantins propiciam uma maior probabilidade de que carros peguem fogo. Pode até parecer que isso acontece 'do nada', mas segundo um especialista em mecânica automotiva, esses e outros fatores levam a ocorrências que colocam vidas em risco.
O mais recente caso foi registrado em trecho da BR-010, em Palmas. A caminhonete do aposentado José Valnei Oswald começou a pegar fogo quando ele passava pela via na noite de 26 de junho. O idoso saiu do assentamento Prata, na zona rural da capital, e seguia em direção a Tocantínia.
"Estava indo normal e de repente começou nos fusíveis, começou a pegar fogo na frente do carro. Eu tinha muita coisa ali em cima, ia levando para a chácara", contou afirmando que percebeu que havia algo errado quando os faróis da caminhonete começaram a apagar sozinhos.
No momento que viu a fumaça ainda tentou conter, mas acabou sofrendo queimaduras na mão esquerda. Sozinho, ele conseguiu tirar alguns pertences e a mala com objetos pessoais, antes de perder o veículo para as chamas.
Atuando como mecânico de automóveis na capital há mais de 10 anos, Renato Luiz Pereira explicou que falhas no funcionamento normal do veículo, seja na parte elétrica ou mecânica, são sinais de que algo pode causar problemas maiores. Isso ainda pode ser agravado pelas altas temperaturas, características do Tocantins.
Mas existem outros fatores que podem levar a incêndios de veículos, principalmente envolvendo peças ligadas ao tanque de combustível, como mangueiras, e fios da parte elétrica.
"Por exemplo, se uma mangueira dessa está vazando e aí entra em contato com algum fio que está descascado, nem precisa entrar em contato com parte elétrica. O próprio aquecimento do motor causa chamas. A combustão do combustível vira vapor, então com o próprio vapor gera essa explosão e ocorre as chamas", disse.
Renato ressaltou que a manutenção preventiva pode evitar acidentes dessa natureza, principalmente para veículos mais antigos. Isso porque no caso das mangueiras de combustíveis, não é especificado um prazo de validade para troca.
"Carros com mais de 10 ou 15 anos tendem a estar com a mangueira ressecando, causa o vazamento de combustível e provavelmente pegar em partes quentes do combustível, como escapamento ou coletor. Então causa um aquecimento excessivo e a combustão ocorre. A mangueira não vem com uma data de validade específica. Ela vem especificando qualidade, dimensão e espessura. Por isso o proprietário precisa ficar verificando para ver se não está ocorrendo algum vazamento ou ressecamento", alertou, afirmando também a importância de se fazer manutenção na parte elétrica do veículo.
Outro ponto de alerta destacado pelo mecânico é a questão do superaquecimento. Geralmente os carros possuem sinais ou luzes que indicam ao motorista que o carro pode estar superaquecendo. Por isso o motorista precisa estar atento e também procurar um profissional caso identifique algo anormal.
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O aposentado que perdeu o carro na BR-010 contou que percebeu problemas nos fusíveis da caminhonete. Renato comentou que essas peças servem justamente para evitar panes nos veículos, funcionando como se fosse o quadro de distribuição de energia de uma casa. Se há algo errado com alguma peça, o fusível protege o sistema elétrico.
"No carro a gente tem uma caixa de fusível. Esse fusível é que faz o contato e prevenção de pane elétrica. Vamos supor que às vezes tem um um fio descascado ali ele todos os fios passam por essa caixa. É uma caixa que faz a prevenção justamente pra esse tipo de caso. Mas com a falta de prevenção, a pessoa vai lá isola o fusível e liga direto numa bateria, liga direto ali no farol. Isso ocorre muito carros, principalmente carros mais antigos", comentou.
No caso de uma pane elétrica, Renato explicou que o veículo desliga imediatamente. Se ocorrer algum problema na parte da ignição, ele vai apagar já que a fiação fica concentrada na caixa com os fusíveis. "Se houver um curto no farol ou em qualquer outra parte, ele vai apagar porque entra no modo de proteção. Mas se pegar dois fios [desencapados] e juntar, se não tiver um fusível, vai entrar em curto e ocasionar o que ocorreu com a caminhonete".
Outros indícios que podem ser sinal de um possível princípio de incêndio são cheiros diferentes do que são sentidos como de costume, como o de queimado, alertou o mecânico.
Um equipamento que pode fazer a diferença na hora de um incêndio veicular é a presença do extintor de incêndio. Por isso, Renato ressaltou de forma categórica que orienta os clientes a manterem um extintor dentro dos carros.
"Hoje não é exigido o uso do extintor, mas todos os mecânicos e eletricistas recomendam o uso. A gente coloca o extintor porque pode salvar vidas. Claro que se for uma pane grande fica mais complicado, mas se for um pequeno incêndio, o extintor é muito importante nessa hora", recomendou.
O jornalista Henrique Lopes, de 29 anos passou pelo susto de ter que correr de um carro em chamas recentemente. Ele tinha acabado de comprar o veículo e quando estava trazendo-o de Luís Eduardo Magalhães (BA) para Palmas, aconteceu o acidente.
"No trajeto, próximo de Dianópolis, o carro deu sinal de enfraquecimento do motor, como eu já tive problema com superaquecimento em um outro veículo, acabei parando, quando fui verificar o capô, já havia fogo. Utilizamos extintor do carro, mas não conseguimos controlar as chamas", lembrou.
Os prejuízos e responsabilização do problemas ainda estão sendo resolvidos e sobre o momento de susto, Henrique afirma que não deixou traumas, mas sim tristeza pela perda do bem.
Quando as chamas ficam muito altas e o extintor do carro não dá conta do recado, os bombeiros precisam ser chamados para fazer o combate. Somente nos primeiros seis meses deste ano, foram atendidas 87 ocorrências de incêndios em meios de transporte, sendo 13 delas no mês de junho.
Os meses com mais casos foram janeiro e fevereiro, com 16 incêndios de veículos em cada um deles.
De acordo com o tenente-coronel Nilton Rodrigues dos Santos, gerente de Ensino do Corpo de Bombeiros do Tocantins, incêndios em veículos não são fáceis de combater.
"Ele se propaga com uma velocidade muito grande, porque os materiais que revestem o veículo são extremamente combustíveis. Além disso tem o próprio combustível do veículo, gasolina, etanol, que também são altamente inflamáveis, isso facilita a propagação das chamas e a intensificação do calor que impede até a pessoa de aproximar do veículo", explicou.
Diante das chamas, a principal orientação assim que se perceber fumaça saindo do capô do carro é não abri-lo totalmente em hipótese alguma.
A saída para tentar evitar as chamas é abrir só um pouco, o suficiente para jogar o produto do extintor de incêndio. "Abrir o capô, o mínimo possível, apenas para ele conseguir visualizar onde é o ponto da chama e jogar o produto extintor naquele ponto. E aí, gradativamente, ele vai abrindo o capô e vai atingindo toda a extensão do fogo", orientou.
Mas se as chamas aumentarem em uma proporção que não tem como combater com o extintor, o ideal é deixar o veículo imediatamente e pedir ajuda aos bombeiros.